quinta-feira, 30 de abril de 2009

edição do dia 29/04/2009
O Portal de Notícias da Globo


Lei: mamografia agora é de graça para mulheres com mais de 40 anos
A nova lei garante mamografia de graça para toda mulher a partir dos 40 anos já está em vigor.


A professora de idiomas, Tânia Diniz guarda todos os exames desde que recebeu o diagnóstico de câncer de mama, foi esse que identificou o caroço. "Graças à mamografia, porque exames de toque nunca acusaram nada", conta. Os médicos são unânimes em afirmar que o exame é essencial para o sucesso do tratamento. "É 100% curável se o diagnóstico for precoce", afirma a Coordenador de Atenção à Mulher da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, Virgílio Queiroz. Agora, todas as mulheres a partir dos 40 anos podem ter acesso à mamografia no Brasil. E de graça! É um direito garantido por lei. O exame será feito pelo SUS, o Sistema Único de Saúde. Mas, já no primeiro dia em vigor, essa nova lei está provocando divergências entre o Instituto Nacional do Câncer e especialistas em oncologia. O Inca, Instituto ligado ao Ministério da Saúde, só defende a mamografia, como método de prevenção, para mulheres mais velhas. "A mamografia para rastreamento mamográfico o Inca só indica a partir dos 50 anos de idade. Nós temos uma metodologia definida pelo Inca e nós vamos seguir essa metodologia", afirma o Presidente do Instituto Nacional de Câncer, Luis Antônio Santini. Os oncologistas discordam. Dizem que a lei segue o modelo que diminuiu índices de mortalidade em países desenvolvidos. O médico oncologista, Sérgio Simon coordenou uma pesquisa com cinco mil mulheres no Brasil. O estudo constatou que 25% das pacientes com câncer de mama tem menos de 50 anos. "A mulher de 40 anos, 50 anos tem que ser submetida ao rastreamento porque é uma faixa inclusive de tumores mais agressivos. A gente quer fazer diagnóstico precoce pra aumentar a chance de cura da mulher". Quem hoje pode ver a cura revelada na mamografia é a favor do exame sempre e o mais cedo possível. "Para que as mulheres tenham mais chance de saúde, a chance que eu tive de me curar inclusive. Para salvar vidas", afirma a professora Tânia Diniz. O Ministério da Saúde informou que pretende investir em infraestrutura para aumentar em 20% a oferta de mamografias pelo SUS, mas não vai orientar os médicos a pedirem mamografias preventivas para quem tem menos de 50 anos.

Você defende ou discorda? Dê a sua opinião para o Fórum Saúde Mulher.

sábado, 25 de abril de 2009

Caderno Vida
25/04/2009
PÍLULA
A pílula da discórdia
Estudo lança polêmica entre especialistas quanto ao uso de contraceptivo oral antes dos 18 anos
Primeiro, veio a polêmica moral. Usar a pílula significou a liberdade sexual a partir da metade do século passado, despertando o furor de conservadores, mas servindo como bandeira de revoluções no comportamento das mulheres e dos jovens. Agora, é a vez da polêmica científica. O medicamento anticoncepcional mais utilizado no mundo está sendo colocado contra a parede, tornando-se pivô de um debate polêmico entre especialistas. A suspeita é de que mulheres que tomam o medicamento antes dos 18 anos teriam propensão maior a desenvolver câncer de mama ao longo da vida.Em tese de doutorado, o presidente da Federação Latino-Americana de Mastologia, Diógenes Baségio, avaliou 300 pacientes e percebeu um aumento nas chances de neoplasia de mama antes dos 40 anos. Em 2003, a doença representava 5,3% dos casos. Em 2007, foi constatado um salto para 16,8%.– Vários outros estudos, inclusive em Harvard, perceberam ligação entre o uso da pílula e o câncer. Se a cada mil mulheres o risco é de nove delas desenvolverem neoplasia de mama, com o uso do anticoncepcional esse índice subiria para 10,8 pacientes a cada grupo de mil – acrescenta Baségio.Apesar dos estudos, o médico considera o contraceptivo um método importante e que deve continuar sendo utilizado, desde que sob controle médico. Mas, em linhas gerais, a indicação, para ele, seria suspender a prescrição da pílula para as adolescentes, substituindo-a por preservativos. Segundo o mastologista, protocolos internacionais já tomaram essa posição e, cedo ou tarde, a recomendação também passará a valer no Brasil.Porém, a ideia é rechaçada por entidades oficiais de ginecologistas e mastologistas. A diretora científica da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (Sogirgs), Maria Celeste Osorio Wender, afirma que não há qualquer estudo que sugira deixar de recomendar a pílula a adolescentes. Segundo ela, colocar o medicamento de lado pode ter consequências sérias nas esferas social e física.– Já temos baixa aderência no uso de anticoncepcionais. Se as meninas ficarem preocupadas com essa possibilidade, o problema vai se acentuar, e corremos risco de ver o número de adolescentes grávidas crescer muito no país – opina.
QUEM É CONTRA Defende que quem toma anticoncepcional antes dos 18 anos corre maior risco de desenvolver câncer de mama
QUEM É A FAVOR Alega que as probabilidades são desprezíveis e valoriza o método para evitar a gravidez na adolescência Múltiplas funções
Além de método anticoncepcional, pílula ajuda a diminuir as cólicas e o fluxo sanguíneo na menstruação.
O grupo dos defensores da pílula anticoncepcional para menores de 18 anos também conta com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ricardo Chagas, que afirma que não há contraindicação relacionada à incidência de câncer de mama. Ele sustenta que, embora algumas pesquisas mostrem uma probabilidade maior na ocorrência de casos da doença, o risco encontrado continua muito pequeno.– É um aumento desprezível, ou seja, a pílula continua fazendo mais bem do que mal para as mulheres – defende.Chagas ainda ressalta que os trabalhos mais recentes não têm observado aumento do risco nas pílulas com as novas fórmulas, que apresentam doses mais baixas de hormônio.– Embora existam contraindicações em certos grupos, a pílula é um método seguro, conveniente e bem tolerado em um alto número de pacientes. Com a grande variedade de formulações disponíveis, atualmente, pode ser feita uma escolha individualizada para cada paciente – finaliza.Em nota oficial, o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Nilson Roberto de Melo, também mantém a orientação de seguir receitando o uso da pílula. O argumento se sustenta no elevado número de mulheres que se envolvem em abortamento inseguro no Brasil: mais de 1 milhão por ano. As complicações podem ser graves, como hemorragias, infecções, esterilidade e até morte.– O principal meio de reverter esta realidade é a redução das gestações não desejadas – sustenta Melo.Esta não é a primeira vez que a pílula anticoncepcional é vinculada ao desenvolvimento de câncer. Em 2007, uma pesquisa mundial, liderada pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, concluiu que pode haver ligação entre o uso do medicamento e o aparecimento de câncer no colo do útero. Os especialistas pesquisaram 52 mil mulheres que tinham participado de 24 estudos em todo o mundo.Segundo os resultados, quem toma a pílula durante um longo período está mais exposto. Nas estatísticas, o risco de quem nunca aderiu ao método de desenvolver o câncer de colo do útero é de 3,8 a cada mil. Para quem tomou por uma década, a chance sobe para 4,5. Mas se suspenderem a medicação por 10 anos, o risco volta a cair e fica igual ao das pacientes que nunca usaram o anticoncepcional.Em substituição à pílula, sobrariam poucos métodos contraceptivos, como explica a ginecologista Maria Celeste Osorio Wender.– A maioria dos métodos usa o mesmo mecanismo de ação, que é a aplicação de hormônio. Na prática, sobraria apenas o preservativo e o DIU – diz.Além de impedir a gravidez, a medicação também é adotada para problemas de saúde. A pílula ajuda a diminuir as cólicas e a reduzir o fluxo sanguíneo na mestruação. Outras indicações são ovários policísticos, acne facial e regulação do ciclo menstrual. Sem ela, explica Maria Celeste, cada um desses problemas teria de ser tratado com remédios específicos, que nem sempre são os mais recomendados.
Métodos com hormônio
Injeção
Adesivo (selo sobre a pele)
Anéis vaginais
Pílula de emergência
Implante subcutâneo
Métodos sem hormônio
DIU
Preservativo masculino e feminino
Diafragma

DANIEL CARDOSO
daniel.cardoso@zerohora.com.br

terça-feira, 14 de abril de 2009

Uma pioneira na luta pela dignidade e os direitos das portadoras de câncer de mama
O I Fórum Saúde Mulher homenagerá com o Troféu “Sandra Feeburg "a história de uma pessoa envolvida com câncer de mama e cuja ação resultou num bem coletivo. Sandra, uma pioneira na luta pela dignidade e os direitos das portadoras de câncer de mama, morreu no início de 2005 em Porto Alegre. Sandra foi aprovada em concurso público para o magistério, em 2001.A perícia médica realizada no ano seguinte constatou que ela havia tido.O diagnóstico bastou para que ela fosse impedida de assumir a vaga em sala de aula à qual tinha direito. Sandra decidiu não aceitar calada o constrangimento e ao prejuízo profissional. O caso ganhou destaque na imprensa e, em 21 de outubro de 2002, o governador Olívio Dutra sancionou lei alterando o Estatuto do Servidor Público Estadual. Desde então, as perícias médicas não podem mais considerar inapto para exercer suas funções candidatos portadores de doenças que possam evoluir para um quadro mais grave. Sandra lecionava na Escola Estadual Júlio Brunelli, na capital gaúcha, e integrava o Grupo de Apoio da mama do Hospital Conceição. O “Troféu Sandra Feeburg” visa despertar e encorajar outras pessoas, mostrando que é possível mudar a realidade. Conte a sua história, no máximo em 30 linhas, enviando para
contatoforum@forumsaudemulher.com.br até o dia 5 de setembro de 2009 e mostre como é possível mudar a realidade para fazê-la melhor. A divulgação da história selecionada será no dia 1 de outubro de 2009.A comissão julgadora será composta por pessoas representativas da sociedade e que de alguma forma contribuem pela saúde da mulher.A pessoa vencedora será convidada a participar da cerimônia de entrega do "Troféu Sandra Feeburg" em Gramado, no dia 16 de outubro 2009, com as despesas de hospedagem e transporte pagas. Será feito um filme de 3 minutos da sua história para ser apresentado durante a cerimônia.
www.forumsaudemulher.com.br

terça-feira, 7 de abril de 2009

Mulheres descobrem câncer de mama em estado grave
De acordo de ONG, 36% das mulheres ouvidas descobriram estar doentes já em estado grave
Gustavo Uribe - Agência Estado


Uma em cada três pacientes diagnosticadas com câncer de mama no Brasil já se encontra no estágio mais avançado da doença. A conclusão é de levantamento inédito da ONG Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM), que entrevistou 4.912 pacientes de 28 centros públicos, privados e filantrópicos em 14 cidades brasileiras.
De acordo com dados da ONG, 36% das mulheres ouvidas descobriram estar doentes já em estado grave. Dessas, só 35% encontraram sobrevida de pelo menos cinco anos no serviço público de saúde. Já na rede privada, 60% conseguiram esse período mínimo de sobrevida.O levantamento também traça o perfil da paciente com câncer de mama no Brasil: mulher de 59 anos, sem ter, necessariamente, histórico familiar da doença em parentes de primeiro grau. Para o oncologista e presidente da GBECAM, Sérgio Daniel Simon, o resultado impressiona os médicos.
"Esses dados foram surpreendentes, uma vez que existia um folclore entre os oncologistas brasileiros de que a mulher brasileira seria afetada pelo câncer de mama em idade muito mais jovem do que as americanas. Nos Estados Unidos, a idade média é de 61 anos", afirma.O resultado do tratamento nas redes de saúde pública e privada também é tema abordado na pesquisa e indica o despreparo do Estado. De acordo com o levantamento da GBECAM, a sobrevida de pacientes do SUS que tiveram a doença (no início ou em fase já avançada) diagnosticada em 2001 e foram reavaliadas em 2006 foi 10% inferior à das pacientes do sistema privado.
A utilização de terapias biológicas no tratamento de tumores na rede pública também é precária. Só 5,6% das pacientes são tratadas pelo método, contra 56% nos hospitais privados.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

I Fórum Saúde Mulher - Qualidade é Vida!

O câncer de mama é um problema de saúde pública no Brasil. Somente em 2009 serão registrados no país 50.000 novos casos. Trata-se da maior causa de morte de mulheres jovens (15 a 44 anos).
Ainda não dispomos de estratégias seguras para reduzir a incidência, mas podemos ampliar os índices de detecção precoce e com isso diminuir a mortalidade de forma significativa, uma vez que hoje 60% dos casos somente são diagnosticados quando a doença já se encontra em estágio avançado.

O I Fórum Saúde Mulher, ocorrerá durante o XV Congresso Brasileiro de Mastologia, e reunirá profissionais da saúde, grupos de voluntários e representantes do poder público, que durante sete meses discutirão temas e apontarão caminhos, no sentido de fazer com que a qualidade dos recursos disponíveis para mastologia hoje, chegue de fato até o atendimento.

O ponto culminante do evento, em 16 de outubro, será o lançamento da "Carta de Gramado - Saúde Mulher", um documento que firmará o compromisso de todos os segmentos envolvidos com a saúde no Brasil com a qualidade no atendimento aos pacientes.


http://forumsaudemulher.com.br